O governador João Doria é um político esperto, inteligente, flexível, tem método, tem estratégia e sabe o que quer e como quer chegar. Ao contrário da maioria esmagadora dos políticos brasileiros, sabe jogar com a lógica do poder e usa os instrumentos de psicologia nas suas relações pessoais e com a sociedade. Por tudo isso, Doria é um político perigoso pelo potencial que ele tem de alcançar distâncias consideráveis no seu projeto de poder. Nada disso seria recriminável se Doria fosse um político autêntico, um democrata compromissado. Mas o fato é que ele não é sequer um liberal. Doria, como se sabe, reza pelos piores manuais da enganação, da manipulação e do charlatanismo. A cartilha que o governador segue, cita e admira é a cartilha da vigarice. Por isso, ele é perigoso. Quer o poder pelo poder, pelo brilho que o poder oferece e pelas suas benesses, evidentemente. A personalidade de Doria é a condensação pura da vaidade. Para usar a linguagem weberiana, em Doria não há causa a r