Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de julho, 2019

João Doria, o oportunista

O governador João Doria é um político esperto, inteligente, flexível, tem método, tem estratégia e sabe o que quer e como quer chegar. Ao contrário da maioria esmagadora dos políticos brasileiros, sabe jogar com a lógica do poder e usa os instrumentos de psicologia nas suas relações pessoais e com a sociedade. Por tudo isso, Doria é um político perigoso pelo potencial que ele tem de alcançar distâncias consideráveis no seu projeto de poder. Nada disso seria recriminável se Doria fosse um político autêntico, um democrata compromissado. Mas o fato é que ele não é sequer um liberal. Doria, como se sabe, reza pelos piores manuais da enganação, da manipulação e do charlatanismo. A cartilha que o governador segue, cita e admira é a cartilha da vigarice. Por isso, ele é perigoso. Quer o poder pelo poder, pelo brilho que o poder oferece e pelas suas benesses, evidentemente. A personalidade de Doria é a condensação pura da vaidade. Para usar a linguagem weberiana, em Doria não há causa a r

José Bonifácio, o Patriarca

José Bonifácio de Andrada e Silva foi um cientista, político e estadista brasileiro cujas ideias e influência política foram decisivas para a Independência do Brasil. Formação e Carreira Científica Nasceu em 1763, na cidade de Santos, em São Paulo, numa família abastada. Aos 20 anos foi estudar na Universidade de Coimbra onde se formou em Direito, Filosofia e Mineralogia. Em 1790, com ajuda financeira do governo português, é designado para estudar em Paris e percorrer a Europa em expedições científicas. Estas viagens lhe dão a oportunidade de conhecer as principais minas da Europa e a crescente indústria de aço que se desenvolvia no continente. Ao longo da vida, José Bonifácio publicou vários livros sobre a formação mineral, agricultura e política formando uma biblioteca com mais de 6000 exemplares. Lecionou na Universidade de Coimbra e foi membro da Academia de Ciências de Lisboa. Em 1790 casa-se em Lisboa e o matrimônio geraria duas filhas. José Bonifácio ainda teria um

Manuela D'Ávila pode ser presa?

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) confirmou na data de ontem (26), através de uma nota, que teria repassado o contato do jornalista Glenn Greenwald ao suposto hacker Walter Delgatti Netto. Manuela D’Ávila se prontificou a ajudar nas investigações. Em nota afirmou: Me coloco à inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial. Ainda sobre a nota publicada pela ex-deputada, ela afirmou que seu celular foi hackeado e que hacker teria dito que o mesmo […] queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza. Diante d

Conjuração Baiana

Bandeira da Conjuração Baiana. as cores da bandeira do movimento (Azul, branca e vermelha) são até hoje as cores da Bahia. A Conjuração Baiana foi uma rebelião popular que ocorreu na Bahia, no dia 25 de agosto de 1798, que pretendia libertar o Brasil de Portugal e atender as reivindicações das camadas pobres da população. Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a agitação popular era composta, em sua maioria, por escravos, negros livres, mulatos, brancos pobres e mestiços que exerciam as mais diferentes profissões, como alfaiates, sapateiros, pedreiros, entre outras. Repercutia na Bahia o movimento chefiado pelo bravo negro Toussaint Louverture, no Haiti, contra os colonizadores franceses - o primeiro grande levante de escravos bem sucedidos na história. Aquelas mesmas ideias de república, liberdade e igualdade pregadas na Revolução Francesa e na Conjuração Mineira agitavam agora a Bahia. A população da cidade de Salvador, antiga capital do Brasil, vivendo em situação de p

Globo x Bolsonaro

Foto montagem TV Ofoco A curta trégua entre o presidente Bolsonaro e a família Marinho chegou ao fim na última semana. Ao afirmar que Miriam Leitão  comentarista no Bom Dia Brasil e apresentadora na GloboNews foi presa na época do regime militar quando estava a caminho da Guerrilha do Araguaia e teria mentido sobre a tortura sofrida quando estava grávida, o presidente gerou forte reação do Grupo Globo. E na edição de sexta do JN deve até nota de repúdio lida por Renata Vasconcellos durante pouco mais de três minutos, destacando o trecho em que a Globo chama o presidente de mentiroso: “Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista Miriam Leitão, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente.” O pior foi a comparação feita entre Bolsonaro com Lula e Dilma: “É importante ressaltar que Miriam Leitão, ao longo dos governos do Partido dos Trabalhadores, foi também alv

Era Vargas

Era Vargas é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, de forma contínua (de 1930 a 1945). Esse período foi um marco na história brasileira, em razão das inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas. A Era Vargas teve início com a Revolução de 1930, onde expulsou do poder a oligarquia cafeeira, dividindo-se em três momentos: Governo Provisório -1930-1934 Governo Constitucional – 1934-1937 Estado Novo – 1937-1945 Revolução de 1930 Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano brasileiro. Como característica principal centralizava o poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança política "café-com-leite" (entre São Paulo e Minas Gerais), a República Velha tinha como base a economia cafeeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes proprietários de terras. De acordo com as políticas do "café-com-leite&q

Guerra do Pacífico

A Guerra do Pacífico foi um conflito travado entre Chile, Bolívia e Peru no período de 1879 a 1884. As causas desse conflito estão relacionadas com as disputas territoriais travadas entre os países pelas regiões do deserto do Atacama (atualmente, essa região é território chileno) e com desentendimentos causados por interesses econômicos dos diferentes envolvidos. A Guerra do Pacífico até hoje gera efeitos negativos nas relações diplomáticas entre Chile e Bolívia. Antecedentes Ao longo do século XIX, a região que corresponde ao território de Antofagasta (hoje Norte do Chile, mas, na época, território boliviano), localizada no meio do deserto do Atacama, era desprovida de importância econômica. No entanto, isso mudou quando foram descobertas fontes de guano e salitre, que eram utilizados na produção de fertilizantes. A descoberta do guano deu àquela região do Atacama uma grande importância econômica e intensificou as disputas de fronteira existentes entre Chile e Bolívia. As

A importância da Reforma da Previdência

Quanto mais o país adia a reforma, maiores são os custos para a população. Só no ano passado, o rombo nas contas da Previdência atingiu R$ 290,3 bilhões, valor 8% superior ao de 2017, sem considerar a inflação.  Se o Brasil tivesse feito a reforma em junho de 2017, teria economizado até a terça-feira, 5 de fevereiro, mais de R$ 6,2 bilhões, o que contribuiria para reduzir o rombo das contas públicas e abriria espaço para investimentos em outras áreas. Com a economia, seria possível, por exemplo, construir 1.497 escolas, 249 hospitais ou, ainda, 98.845 moradias populares, informa o  Previdenciômetro , ferramenta da  Confederação Nacional da Indústria (CNI)  atualizada a cada segundo e que mostra ao país a importância da reforma.  Para a CNI, as mudanças na Previdência são cruciais para garantir o equilíbrio das contas públicas, assegurar o pagamento das aposentadorias no futuro e promover o crescimento da economia e a criação de empregos. Veja 5 motivos que tornam a reforma da Pr

O interesse internacional na Amazônia

O interesse pela grande região amazônica remonta há mais de 300 anos. Desde o início do séc. XVII (1637) que os portugueses se lançaram na conquista e ocupação da Amazônia Brasileira, preocupados com o interesse demonstrado pela Inglaterra, França e Holanda. No século XVIII tímidas providências foram tomadas em relação àquela área, como a construção de mais fortalezas e tentativa de colonização sob a inspiração do Marquês de Pombal. No século passado, França, Inglaterra e Alemanha estudaram a livre navegação dos rios amazônicos, com o intuito de facilitar o seu comércio, seja no lado brasileiro, seja com os outros países nela incluídos.  Também os Estados Unidos, em 1850, queriam, com a The Amazon Steam Navigation Company, ter facilidades de navegação pelo Amazonas.  As Chartered Companies, também norte-americanas, alegavam, no início deste século, imperativos científicos de desenvolvimento das terras incultas da Amazônia, para justificarem uma possível ocupação dessa região.

6 meses de Bolsonaro

  Foto: Alan Santos/PR Bolsonaro já fez mais pelo Mercosul do que todos os presidentes anteriores somados. Em algum momento, de alguma forma, a mídia aparelhada terá que admitir que Bolsonaro estabeleceu um grandioso trabalho no G20. O último acontecimento relevante dos primeiros seis meses de mandato do presidente Jair Bolsonaro (PSL) pode ser comemorado como a grande vitória do chefe do Executivo até aqui: o acordo comercial assinado na última sexta-feira entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Negociado havia 20 anos (desde 1999), o tratado, sacramentado no dia em que a cúpula do G20 (grupo mais influente economicamente, que reúne 19 países e a UE) se reunia no Japão, fortalece o livre comércio entre os 28 países da UE e as quatro nações que fazem parte do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Com o acordo, os produtos nacionais, principalmente agrícolas, terão mais facilidades para serem exportados, enquanto itens industrializados, como máquinas ou produtos