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Dom Pedro II



“Retrato” do Imperador D. Pedro II aos 12 anos. Quadro de Félix Taunay.

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga é o nome completo de Dom Pedro II, que nasceu no Brasil em 2 de dezembro de 1825, sendo, portanto, o primeiro Imperador de nacionalidade brasileira, filho de Dom Pedro I e da Imperatriz Maria Leopoldina. Pedro II faleceu em Paris, em 1891, quando o país não se configurava mais como um império e a república já havia sido declarada dois anos antes.
Ele foi o segundo – e último – imperador brasileiro, ficando à frente do trono por quase sessenta anos. Sua coroação foi antecipada e ele assumiu o lugar do pai após sua abdicação em 1831, quando tinha apenas cinco anos de idade. Até sua maioridade, que foi antecipada, o país foi governado pelas Regências Trina e Una, responsáveis pela condução do império até que Pedro II pudesse assumir o cargo, sendo coroado e consagrado em 1841.
Por conta disso e de ter os pais falecidos durante sua infância, Pedro II passou seus primeiros anos de vida preparando-se para assumir o trono. Durante todos esses anos de preparação, dedicou-se com afinco aos estudos e era um leitor ávido. Ficou conhecido como um grande investidor das ciências, das artes e do conhecimento em geral. Foi durante o segundo reinado que instituições como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o Colégio Pedro II, por exemplo, foram fundados. Seus investimentos na área do conhecimento tornaram-no um homem reconhecido entre pensadores como Graham Bell e Darwin, entre muitos outros.
Sua infância em meio aos livros e na preparação para assumir o trono fizeram com que Pedro II fosse um homem preparado para ser um bom governante. Além disso, os registros deixados em cartas ou mesmo em seus diários pessoais demonstram sua preocupação com a educação pública, a qual ele entendia como força motriz da sociedade.
Alguns pesquisadores e historiadores apontam para o caráter mediador do monarca, que por muitas vezes foi representado apenas por faces do seu autoritarismo. Assim, Pedro II era um conciliador, buscando atender diferentes demandas dos grupos políticos e sociais.
Durante o segundo reinado, Pedro II conseguiu consolidar a unificação do Brasil e o país saiu vitorioso em conflitos como a emblemática Guerra do Paraguai. Além disso, fez viagens para Europa e pelo interior do país, medindo sua popularidade.
Muitos historiadores afirmam o caráter republicano e abolicionista de D. Pedro, que num país que sobrevivia economicamente através da escravidão, eram posições políticas conflituosas.
Sua vida amorosa também foi repleta de versões e especulações. Casou-se na década de 1840 com Teresa Cristina, com quem teve quatro filhos: Afonso, Isabel, Leopoldina e Pedro. Os meninos vieram a falecer logo na infância e a sucessora do cargo seria, portanto, Isabel, que em 1888 assinou a Lei Áurea. O seu caso de amizade e carinho com a Condessa de Barral é bastante famoso.
A década de 1850 marca um período de inovações chegando ao país com as linhas férreas e os navios a vapor circulando.
Pedro II precisou lidar com diversas crises e questões ao longo do período que chamamos de segundo reinado, desde às investidas da Inglaterra pelo fim do tráfico atlântico à defesa do território em conflitos como a Guerra do Paraguai.
O que chama a atenção é o imaginário construído em torno do Rei e a imbricação de festejos populares – como a Festa do Divino Espírito Santo e o Carnaval – com a monarquia, como bem aponta Lilia Schwarcz em seu livro As Barbas do Imperador.
O fim do império foi decretado com o golpe de estado da República, em 1889. Dom Pedro II falece dois anos depois, no exílio em Paris.


Referências:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/d-pedro-ii-quem-explica
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/na-rhbn/o-multifacetado-d-pedro-ii
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/livros/d-pedro-ii

SCHWARCZ, Lilia Moritz. As Barbas do Imperador: D. Pedro II um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

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