Pular para o conteúdo principal

O problema Mourão



Se fosse presidente, Mourão disse que ‘escolheria outras pessoas’ para o governo.
‘Talvez, pela minha personalidade’.
‘Se governo errar: conta irá para Forças Armadas'.
Diferença com Geisel: ‘Eu fui eleito'.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse neste domingo (7) que se fosse presidente da República “escolheria outras pessoas” para trabalhar no governo.

“Talvez, pela minha personalidade, eu escolheria outras pessoas pra trabalhar comigo, só isso”, declarou, após ser questionado sobre o que teria feito de diferente do presidente Jair Bolsonaro nos primeiros 100 dias de gestão.

O general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro, a despeito do que nossos costumes e leis digam sobre o que lhe compete no governo, parece querer reencenar, dentro de um quadro histórico totalmente diverso, o modelo de governo de duas coroas como se via nos povos da antiguidade mediterrânica. Talvez o general, ainda com a alma na caserna, não tenha conseguido digerir o revés hierárquico que a democracia provocou de modo que ainda não lhe soe cabível apenas seguir, enquanto general, as ordens de um capitão.

As tensões entre os dois remontam aos tempos de campanha. Vale lembrar que Mourão nunca foi unanimidade e, até um dia antes do anúncio do vice na chapa, Bolsonaro via-se instado a escolher entre pelo menos mais três nomes: o também general Augusto Heleno, a jurista Janaína Pascoal e o herdeiro da Casa Real Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

Depois de escolhido, o general da reserva, nos momentos derradeiros de uma campanha marcada por ser uma verdadeira guerra de narrativas, passou, de modo irresponsável e louco, a despejar frases polêmicas, de cunho antipopular, dando aos oposicionistas enfraquecidos fôlego novo e munição poderosa.

Foi estranho, também, o posicionamento bastante relaxado e nada combativo de Mourão quando do atentado que quase fez cessar a vida do então candidato Bolsonaro. Em uma entrevista à Globonews, logo depois da facada, o general mostrou uma serenidade que beirava ao desdém e, ao invés de cobrar, com a dureza de quem vê um companheiro combalido, a busca e punição severa de todos os envolvidos no crime, Mourão preferiu falar em “pacificação” e, endossando o coro da grande mídia e mesmo dos adversários políticos, catalogou o ato como um “ataque à democracia”.

Antes de sacramentado o último pleito, as participações atrapalhadas e comprometedoras de Mourão foram tolhidas não por um exercício do seu bom senso, mas pelo próprio Bolsonaro que, sentido o prejuízo que a performance de seu vice vinha lhe causando, ordenou que ele se recolhesse e se calasse momentaneamente. É de se cogitar se, nesse ponto, as cordas que atiçam o orgulho não foram aí tangidas.

Porém, o clímax da contenda tem se dado agora, nesses 100 dias de governo. Mourão tem deixado claro, em diversos posicionamentos públicos e mesmo em atos, que quer criar uma linha secundária e concorrente dentro do governo.

Comentários

  1. Vc bem poderia ajudar a conciliar ao invés de ficar incentivando a "futrica" que não agrega em NADA, não é mesmo???

    ResponderExcluir
  2. Mourão tem errado sucessivamente. Afirmar que Geisel não foi eleito, mostrou um erro grave, desconsiderou a legítima eleição segundo a Constituição de 1967, que era feita pelo Colégio Eleitoral, indireta. Com essa afirmativa ele colocou o Regime Militar como ilegal. E mais grave, ele é vice, Geisel foi o titular, não poderia se igualar a ele.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

FATOS DO BRASIL IMPÉRIO QUE MUITAS PESSOAS DESCONHECEM

Imperador Dom Pedro II       • Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono, em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta. Em seu último ano de reinado, em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo à educação, à  construção de faculdades e, principalmente, de inúmeras escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.           • A Imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial,  apenas com a ajuda de uma empregada (paga com o salário de Pedro II).           • (1880) O Brasil era a 4º economia do Mundo e o 9º maior Império da história.     • (1860-1889) A média do crescimento econômico foi de 8,81% ao ano.     • (1880) Eram 14 impostos, atualmente são 98.     • (1850-1889) A média da inflação foi de 1,08% ao ano.     • (1880) A moeda brasileira tinha o mesmo valor do dólar e da libra esterlina.*     • (1880) O Brasil tinha a segunda maior e melhor marinha do Mundo, perde

Bandeiras históricas do Brasil

Bandeiras históricas do Brasil Nossa atual bandeira é datada de 19 de novembro de 1889, e sofreu algumas alterações com a criação de novos estados, mais antes disso o Brasil teve 12 bandeiras, a maioria ligada ao domínio português em terras tupiniquins, vamos ver quais foram essas bandeiras: Bandeira de Ordem de Cristo (1332 - 1651) A Ordem de Cristo, rica e poderosa, patrocinou as grandes navegações lusitanas e exerceu grande influência nos dois primeiros séculos da vida brasileira. A cruz de Cristo estava pintada nas velas da frota cabralina e o estandarte da Ordem esteve presente no descobrimento de nossa terra, participando das duas primeiras missas. Os marcos traziam de um lado o escudo português e do outro a Cruz de Cristo.                                       Bandeira Real (1500 - 1521)   Era o pavilhão oficial do Reino Português na época do descobrimento do Brasil e presidiu a todos os acontecimentos importantes havidos em nossa terra

ANALISE COM FRIEZA

  (Foto:  Sérgio Lima/Folhapress) O pré-candidato Jair Bolsonaro pode ser perfeitamente definido como um fenômeno político extraordinário. Aclamado como mito por milhões de eleitores, o deputado tem sido alvo de críticas de 10 em cada dez veículos de comunicação e formadores de opinião. Jornalistas, artistas e políticos se desdobram para construir narrativas e críticas contra o parlamentar. Diante da dificuldade em apontar defeitos ou ilações, acabam apelando justamente contra suas qualidades. Neste momento da corrida eleitoral, é perfeitamente cabível afirmar que o candidato, que desponta como favorito para as eleições de 2018, é o único candidato que se fez sozinho, sem contar com a estrutura de grandes partidos ou o apoio de grupos empresariais. O que deixa seus rivais ainda mais enfurecidos é que Bolsonaro não tem nem marqueteiro, patrocinador ou militância de partido. O deputado é recebido por multidões em praticamente todos as regiões do país e saudado por milhares de